A presença Francesa e Os holandeses em Alagoas



A presença Francesa em Alagoas
  
Para Ter uma idéia da influência francesa em nossa história local, devemos apenas lembrar que o historiador alagoano Alfredo Brandão "chega a conjecturar, haver sido a cidade de Penedo origi­nada de um entreposto francês do comércio do pau-brasil, naquela região do rio São Francisco", aliado ao fato de existir ainda hoje, sobrevivências culturais da' presença francesa em nosso litoral, como é o exemplo da tão conhecida "Praia do Francês", nas proximidades da atual cidade e município de Marechal Deodoro, há alguns quilô­metros da cidade de Maceió
 Segundo Gabriel Soares de Souza, em seu Tratado Descritivo do Brasil de 1587, nos informa que existiram quatro portos franceses no litoral ala­goano, assim descri minados: 1) Porto Velho dos Franceses - localizado a quatro léguas antes do rio S. Miguel, que é hoje conhecido como "Praia
do Francês": 2) Porto Novo dos Franceses - loca­lizado a duas léguas adiante da foz daquele rio, na barra do rio Jequiá, e finalmente o 3) Porto dos Franceses -' próximo aos Baixios ou arrecifes de Dom Rodrigo próximo à enseada formada pelo rio Coruripe.
   Além dos locais acima citados, os franceses chegavam a penetrar além da desembocadura dos rios e planícies litorâneas, em busca do pau-brasil.
Entretanto o contrabando do pau-brasil, nas costas alagoanas foi realizado até quase meados do século passado - 18 de Novembro de 1840 ­"quando foi apreendido em Coruripe, durante a Presidência de Manuel Felizardo de Souza e Meio, um brigue francês, que já se achava em parte car­regado daquela preciosa madeira. Uma outra embarcação que ali se encontrava em operação de contrabando, conseguiu escapar", segundo nos informa o historiador Moacir Santana.
Apesar da intensidade do contrabando do pau-brasil pelos franceses, a referida apreensão foi à primeira feita, desde quando passamos a condi­ção político-administrativa de Capitania Independente.
O pau-brasil, sendo monopólio do governo português, só poderia efetivar-se através de con­tratos, não trazendo a exploração da referida madeira nenhum lucro para a Capitania e depois província das Alagoas, de onde eram extraídos das matas do Poxim, São Miguel, Sumuáma, Jacuipe e outros locais do território alagoano.
A exploração indiscriminada do pau-brasil levou a quase extinção da espécie vegetal. Até 18750 pau-brasil ainda aparecia na lista dos pro­dutos de exportação de economia brasileira

 Os holandeses em Alagoas e as controvérsias

 O tema ora proposta - os holandeses em Alagoas - dado a fertilidade do mesmo, sugere-nos uma série de questionamentos que se encontram tão bem arquivados no nosso sub­consciente.
O primeiro grande questionamen­to levantado diz respeito à falsa con­cepção histórica, de que determina­dos locais ou monumentos históricos teriam sido construídos ou edificados pelos holandeses.
Na enciclopédia dos municípios alagoanos atesta - como se verdade histórica que "o cruzeiro e Igreja de N. S. Auxiliadora de Barra de Santo Antônio, a Igreja de Matriz de Japaratinga e a Matriz de S. Miguel dos Milagres, teriam todos eles sido construí­dos pelos holandeses.
Quanto a Porto Calvo - maior palco de lutas con­tra as tropas holandesas - a referida Enciclopédia destacou que a "Igreja de N. S. da Apresentação foi fruto da herança do domínio holandês sobre aquela
Todas as afirmativas feitas sobre o domínio holan­dês, no que se refere às afirmativas citadas são incon­sistentes, demonstrando a falta de preparo ou desco­nhecimento a respeito do processo histórico daquela época; já que os holandeses como c1avinistas não tinham nenhum interesse em construir, nem tão pouco preservar, qualquer templo católico, exceto quando estes templos servia-Ihes como objetos militares ou estratégicos.
Apesar disso, o imaginário popular, através da tra­dição oral as vees reforça a inverdade de tais fatos, no que se refere à Igreja Católica, pois afirma - se que tais templos foram Construídos durante a época dos holandeses e não pelos holandeses.
 

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