Sururu é registrado como Patrimônio Imaterial de Alagoas

O Conselho Estadual de Cultura (CGE) aprovou, por unanimidade, o registro do Sururu como Bem Cultural de Natureza Imaterial, durante reunião deliberativa realizada na tarde desta quinta-feira (11), no Palácio República dos Palmares. O pedido de registro como patrimônio imaterial foi solicitado formalmente pelo professor da Universidade Estadual da Alagoas (Uneal), Edson Bezerra, e pelo estudante de mestrado Ernani Viana Neto.
Para Edson Bezerra, esta é uma conquista do povo alagoano, que possui uma cultura rica e forte e tem o sururu, que está inserido no contexto histórico do estado. “É uma vitória importante, porque o Sururu está inserido em nossa cultura. Desde o tempo dos escravos que o molusco é utilizado em iguarias. Apesar de ser encontrado em outros estados também, ele ficou mundialmente conhecido como prato típico de Alagoas”, comenta.
De acordo com Ernani Viana, todo o processo de criação do texto de fundamentação foi importante para que alcançasse o objetivo. “As entrevistas, as pesquisas em livros históricos e pesquisas com culinaristas foram necessárias para tivéssemos fundamento na formulação do pedido”, explica o estudante de mestrado.
Edson Bezerra utilizou um trecho do livro Calunga, do escritor alagoano Jorge de Lima, para expressar a importância do novo Bem Imaterial. “Sururus existem em quase todas as lagoas do Brasil. Porém os desta lagoa, devido às circunstâncias especiais explicadas pelos naturalistas, como mistura de água do mar com águas dos rios que desaguam na lagoa, e outras causas, tornam-se como que degenerados, pequenos, gordinhos, gostosíssimos", releu o professor da Uneal.
Após a concessão do registro, foi realizada a leitura dramatizada do documento 'Manifesto Sururu', com performance do ator alagoano José Marcio Passos. Em seguida, aconteceu o lançamento do livro 'Manifesto Sururu: por uma antropofagia das coisas alagoanas', de Edson Bezerra.



Rafael Maynart Gazetaweb

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