Além de um prédio: o símbolo da memória cultural de Alagoas
A memória alagoana prestes a ser jogada no lixo. De repente, um estalo e tudo desmoronam deixando para trás
uma história de dignidade, formação, conhecimento, cultura. Infelizmente é assim que as coisas
acontecem neste Estado, onde a memória e o patrimônio histórico são jogadas
cotidianamente na lata do lixo.
Aqui se fala das atitudes governamentais em relação ao
prédio da Secretaria Estadual de Educação. Trata-se a estrutura física
maltratada pelo descaso e pela omissão como se fosse apenas um bem material que
pode ruir, como qualquer outro, para dar lugar a quem sabe mais camelódromo na
cidade de Maceió.
A verdade é que o prédio da Educação é muito mais do que
pensam os gestores apressados em derrubar o resto, uma vez que já começaram
pelo muro. A estrutura ali existente simboliza a própria educação.
Enterrar a história tem sidouma praxe de governos.
Lá funcionou o antigo Liceu Alagoano. Por lá passaram várias
gerações que hoje representam a inteligência desta terra. Depois do Liceu foi o
Colégio Estadual de Alagoas, para só em seguida ser a Secretaria Estadual de
Educação.
E quantos mestres frequentaram as salas de aula do Liceu e
do Colégio Estadual para transmitir conhecimentos aos profissionais de hoje que fazem sucesso
no mercado daqui e de outros Estados? Médicos, engenheiros, arquitetos,
advogados, professores, enfim profissionais diversos que passaram pelas mãos de
educadores como Deraldo Campos, Pe. Luiz Gonzaga Pontes, Sílvio de Macedo,
Paulo de Albuquerque, José Silveira Camerino, professores Petrônio, Sady, Ceci
Malheiros, entre outros bem anteriores a estes.
O que está indo para o ralo é a memória que toda essa gente
construiu com orgulho. Passa-se à sociedade por meio de um discurso oficial que
o prédio descartável, por que está velho e vai custar R$ 13 milhões para ser
recuperado.
O próprio governador falou que é preciso construir um novo prédio.
Que se construam 10 novos, mas é preciso preservar com dignidade a memória
cultural desta terra que, costumeiramente, e vilipendiada por decisões
estaparfúrdias.
E a preservação só será assegurada se houver uma reação da
sociedade. Ex-alunos, ex-professores, ativistas culturais, OAB, conselhos
profissionais, enfim, todos que valorizam a história e a cultura de um povo. Mas,
se nada fisso for considerado importante então deixem que a ignorância tome
conta de tudo.
MARCELO FIRMINO
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