Alagoas, recontando a história!

Não é de hoje que há uma enorme contradição com a nossa emancipação política, em 16 de setembro de 1817. São 197 anos de uma história mal contada, até porque, longe dos vultos históricos que ensejaram movimentos de libertação em outras localidades, aqui, na parte sul da Capitania de Pernambuco, foi por causa da traição ao Movimento Revolucionário de Pernambuco, que logrou êxito a nossa dita emancipação. “A Revolução Pernambucana foi um movimento social (revolta) de caráter emancipacionista ocorrido em Pernambuco no ano de 1817”. É considerado um dos mais importantes movimentos de caráter revolucionário do período colonial brasileiro. 
O Ouvidor Batalha (Dr. Antônio Ferreira Batalha) foi o responsável pela criação e da possibilidade de uma Alagoas independente de Pernambuco. Ele orientou a elite local a não tomar parte do movimento que se originara em Pernambuco, e que tinha Padre Roma como um dos principais destaques da luta pela emancipação política, eles não concordavam com a tese do Brasil está submetido a Portugal, muito mais ainda com vinda da família real para o nosso país, por conta do período napoleônico na Europa. A Revolução Pernambucana, é bom ressaltarmos, ensejou a Confederação do Equador, movimento que começa também em Pernambuco, de caráter separatista e Republicano de 1824. Mesmo assim, o Comandante das Armas nessa região, Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca, atendendo ao pedido de Padre Roma, emissário dos revolucionários pernambucanos, retirou os símbolos de Portugal dos prédios públicos, destruindo os mesmos e soltando todos os presos da Comarca. Passou por cima do Ouvidor Batalha, que era a autoridade máxima da Comarca. Padre Roma se dirigiu a Sergipe e Bahia, aonde foi fuzilado pelas forças leais à família real portuguesa. A luta pela emancipação, a partir de Pernambuco, foi uma luta patriótica em defesa da soberania nacional, talvez o seu programa fosse difuso, mas era alentador a possibilidade de congregar toda a nação em superar a monarquia e avançarmos para um sistema republicano. Mas eu não posso, em nome da verdade, dizer que a nossa emancipação foi algo revolucionário e duramente buscado por nossa população, isso é mentira, o que houve foi um acordo, bom dizermos, acordo com os setores canavieiros, elitistas com o representante real. Foi um movimento de traição aos ideais de liberdade organizados a partir dos revolucionários em Pernambuco.


José Nivaldo Mota

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