Os Agitados primeiros anos da República de Alagoas

Coincidentemente, no mesmo dia 15 de novembro, chegava a Maceió o último presidente da província, Dr. Pedro Moreira Ribeiro, que não chegou a tomar posse, evidentemente, retomando ao Rio de Janeiro na primeira embarcação que zarpava de Jaraguá.
O Clube Republicano,
para preencher o vazio do poder nos Martírios, organizou uma Junta Governativa
composta pelo coronel Aureliano Pedra, Manoel Barreto de Menezes e o líder
republicano Ricardo Brennand que, por sua vez, escolheu como governador provisório o comendador Tibúrcio Valeriano.
Este não chegou a acomodar-se na cadeira governamental, pois foi nomeado para o
cargo pelo seu irmão Deodoro o coronel Pedro Paulino da Fonseca, tornando-se,
assim, o primeiro governador republicano de Alagoas.
Quem esperava um
início venturoso do novo regime, um período de união, com a presença de um dos
membros do lendário clã dos Fonseca, enganou-se. O adesismo, a intensa
disputa entre os políticos, cada um mais ardorosamente republicano que o outro,
procurando influir na administração, querendo assegurar posições de mando, em meio a um quadro de intensa turbulência
na política nacional, fez turvar o ambiente e as esperanças dos idealistas.
Paulino tinha uma missão difícil e uma saúde frágil, era um pesquisador, um
militar, um historiador, de rígida formação moral. As intermináveis homenagens,
o foguetório, as flores, os “discursos encomiásticos, era tudo adulação e
hipocrisia”. Pautou sua conduta pela inflexibilidade e pela disciplina no
processo de organização política estadual. Teve uma administração curta.
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Preocupou-se com a questão sanitária e enfrentou
uma grave epidemia de varíola, barrando os principais focos de infecção. Fez
campanha de vacinação, abertura das águas do riacho Maceió, criou um colégio
para órfãos e um cais de embarque, este, na antiga capital
·
A elaboração da primeira Constituição
Republicana do Estado.
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Foram eleitos ainda os deputados federais e os
três primeiros senadores, Floriano Peixoto, Cassiano Tavares Bastos e o próprio
Pedro Paulino.
Araújo Góes, baiano
de nascimento, político experimentado do Partido Conservador do Império, já
tendo ocupado naquele período o cargo de Presidente da Província de Sergipe,
como Vice-Governador de Paulino, assumiu o posto do titular e agiu com extrema
energia para conter a agitação oposicionista em todo o Estado.
Tendo aderido ao golpe de Estado, foi deposto no
mesmo dia em que Deodoro caiu e foi substituído por uma Junta Governativa,
composta de dois militares e dois civis. A Junta passou, por sua vez, a chefia
da administração ao Presidente do Senado Estadual, o Barão de Traipú, que se encarregou de proceder nova eleição. No
cenário federal, outro alagoano, Floriano Peixoto chegava ao posto máximo,
sucedendo seu conterrâneo.
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