Abandono compromete estrutura do antigo Forte de Porto de Pedras
Tombado em 2006 pelo governo do Estado. Tombando, caindo
aos pedaços em 2015 pelo esquecimento. Essa é a triste situação da Cadeia
Pública / Forte de Porto de Pedras, no Litoral Norte de Alagoas. O histórico
imóvel construído em 1630 definha ao relento. Sem nenhuma manutenção ou obra de
restauração, o prédio pode desabar.
Na semana passada, uma chuvarada foi suficiente para
fazer ruir o combalido telhado do prédio. “Minha irmã estava sentada ali na
frente, quando tomou um susto grande. O telhado desabou e o estrondo foi
grande”, contou a dona de casa Rafaela da Silva Santo, moradora da Rua da
Fonte, ao lado da Cadeia Pública desativada.
O histórico prédio – parte de um antigo forte – foi
erigido pelos portugueses, destinado à defesa de Porto Calvo durante o período
das invasões holandesas. A fortificação dificultava o acesso dos navios
inimigos ao Rio Manguaba, em direção a Porto Calvo, onde se concentrava o
grosso da produção açucareira.
Quando o governo do Estado anunciou em 2006 o tombamento
do Forte de Porto de Pedras, transformado em Cadeia Pública, foi grande a
euforia da comunidade. Paralelamente, sondagens e escavações descobriram sítios
arqueológicos, a exemplo do Patacho, onde foram encontrados artefatos e
resquícios do século 18 e 19.
O prédio seria restaurado e abrigaria um museu com as
relíquias encontradas durante as escavações, além de servir como biblioteca
pública municipal. Para isso, a delegacia e o Grupamento de Polícia Militar
(GPM), unidades que ali funcionavam, foram transferidos para imóveis cedidos
pelo município. A antiga Cadeia Pública ficava, então, à espera da restauração,
que nunca veio.
“Falaram que isso aqui seria um museu, mas até agora
nada”, lamentou a moradora de Porto de Pedras. Do lado de fora, já é possível
enxergar as rachaduras que cortam o prédio de cima a baixo. O risco de
desabamento é evidente. Mesmo assim, as pessoas trafegam normalmente pela
calçada do imóvel, na Rua Vigário Belo, que sequer foi isolada. Um risco!
Promessa
Em 2013, o então secretário de Estado da Cultura, Osvaldo
Viégas, anunciou, durante a realização do programa “Governo Perto de Você”, em
Porto de Pedras, a instalação de três equipamentos culturais que iriam fomentar
a atividade turística na região Norte do Estado, dentre os quais, o museu que funcionaria
no prédio da Cadeia Pública.
De acordo com ele, os recursos para revitalizar os
equipamentos seriam da ordem de R$ 4,8 milhões, provenientes do empréstimo
feito pelo governo do Estado ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O anúncio foi feito durante reunião com os secretários
municipais de Cultura e acompanhada pelo então governador Teotonio Vilela
(PSDB), em solenidade realizada no Clube Municipal.
Além da restauração da Cadeia Pública, estavam previstas
a consolidação das ruínas do Mosteiro de São Bento, em Maragogi, e a
transformação em museu da casa onde nasceu o dicionarista Aurélio Buarque de
Holanda, em Passo do Camaragibe. O projeto ficou no papel.
“O governador
cumpriu 90% das promessas que fez para Porto de Pedras, mas infelizmente ficou
essa pendência (restauração da Cadeia Pública). Vamos conversar com a nova
secretária de Cultura (Mellina Freitas), informa-la sobre a situação e pedir a
restauração porque o município não pode e não tem condições de arcar com essa
obra”, declarou o secretário municipal de Cultura de Porto de Pedras, José de
Moraes Neto.
Secult
A Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em sua nova
gestão, informou que vem desenvolvendo um planejamento inicial de ações em
diversos campos culturais, incluindo o levantamento das condições físicas do
Patrimônio edificado alagoano para, a partir do cumprimento desta etapa,
desenvolver projetos arquitetônicos interventivos e atribuir um uso social a
estes imóveis, garantindo assim a preservação.
Segundo informou a assessoria da Secult, “a intenção é
firmar parcerias junto aos municípios no sentido de que a municipalidade ocupe
estes prédios, vindo a zelar pela manutenção e conservação destes imóveis, e
garantir uma gestão continuada aos equipamentos culturais pretendidos”.
SEVERINO
CARVALHO HTTP:/ GAZETAWEB.GLOBO.COM
E o prédio continua na situação que esta? quanto descaso com a história.
ResponderExcluirE o prédio continua na situação que esta? quanto descaso com a história.
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